terça-feira, 30 de setembro de 2014

Entrevista minha para o jornal O TEMPO, sobre adoção

 
 
Minha participação no jornal O TEMPO, dia 30/09/2014
 
 
 

Entrevista minha para o jornal O TEMPO, sobre casamento

 
 
Minha participação no jornal O TEMPO, dia 19/09/2014
 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Entrevista minha para o Jornal O TEMPO sobre adoção de crianças e adolescentes

Olá, amigos (as)! A quem interessar, amanhã sai uma matéria comigo, no jornal O TEMPO, sobre a importância da adoção para crianças que foram afastadas de suas famílias de origem, por motivos de maus tratos. É no caderno Cidades, com o competente jornalista Johnatan Castro.



 
 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Questão religiosa empobrece as eleições - Por Douglas Amorim

Boa parte do povo brasileiro é conservador. De repente, poderia até me arriscar a dizer que é a maioria. Dá pra perceber isso, nitidamente, desde as eleições de 2.010, quando o tema central, num dado momento da campanha, passou a ser o aborto. Agora em 2.014, o tema aborto volta a baila, assim como, a homossexualidade. No entanto, esses dois assuntos assumem um caráter que julgo ser totalmente inadequado para o debate político.
O viés religioso passou a tomar conta da eleição, mais uma vez. Aborto e homossexualidade discutidos à luz do divino. A coisa começa a funcionar mais ou menos numa esfera de Deus x Diabo. Essa condição despolitiza o debate e denuncia o caráter conservador e despolitizado de milhões de brasileiros. Assuntos como aborto e homossexualidade podem e devem ser discutidos, debatidos. Porém, no que tange à cidadania, aos direitos fundamentais e aos direitos humanos.
Levar esses temas para a arena da fé, principalmente quando fica clara a influência de líderes religiosos sobre o candidato A ou B, é empobrecer a análise política e humana de assuntos que perpassam a sociedade. O pior de tudo é que alguns candidatos, visando o poder, obviamente, aproveitando-se desta característica do povo, sequer pensa em tirar tais temas do campo religioso. Isso dá voto e tirar o debate desta esfera não é nada interessante. Única salvação deste país: investir em educação para a formação do cidadão consciente. Sem isso, continuaremos a ser uma legião de alienados.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Análise psicológica dos jingles de Dilma Rousseff e Aécio Neves - Por Douglas Amorim

Faço logo abaixo, uma breve análise comparativa dos jingles de Dilma Rousseff e Aécio Neves para Presidente da República. Os links com ambas as letras serão postados e, logo em sequência, direi o que penso sob o aspecto psicológico dessas melodias para uma eleição presidencial. De antemão, quero deixar claro que não se trata de preferências políticas e/ou partidárias. Eu penso que o aspecto psicológico sempre precisa andar de mãos dadas com o marketing, seja ele qual for e para qualquer objetivo. Portanto, quem quiser comentar ESPECIFICAMENTE sobre esses jingles, será bem-vindo (a).

http://psdb-mg.org.br/agencia-de-noticias/material-de-campanha
https://www.pt.org.br/radio-pt/

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O autor do jingle de Dilma foi muito hábil ao escolher o título e a expressão “Coração Valente”, como tema central da música. Primeiramente porque o brasileiro é um povo muito emocional, afetuoso por natureza. Gostamos de receber as pessoas, nos cumprimentamos com beijos e abraços, valorizamos amor entre pais, filhos, cônjuges, irmãos, amigos, o amor a Deus etc. O coração simboliza tudo isso. Fora isso, é um dos principais órgãos do nosso corpo, além de ser expressão quase universal do amor. A outra palavra – “Valente” – simboliza um outro forte fator emocional. Valentia é sinônimo de coragem; uma das grandes virtudes que uma pessoa pode ter. Quando falamos que o brasileiro é um povo guerreiro, estamos dizendo de sua coragem, da valentia ao enfrentar as dificuldades. E isso é representativo de força. Soa bem aos ouvidos. 

A junção dessas palavras não poderia ter sido mais feliz. As expressões “garra”, “força brasileira” e “nada nos segura” passam a imagem de que podemos ter certeza de nossos potenciais para seguirmos em frente. O caráter maternal, altamente valorizado emocionalmente por nossa sociedade, também está presente, quando fala que Dilma “não desviou o olhar do sofrimento do povo”, tal qual, uma mãe atenciosa nunca tira os olhos de seus filhos. Menciona o ex-presidente Lula, que não poderia ter ficado de fora, por motivos óbvios, mas, apenas em uma pequena passagem, para relembrar que eles continuam trabalhando juntos. Ao falar sobre esperança, toca-se mais uma vez em um sentimento forte, acenando um futuro ainda melhor. E, o que avaliza essa esperança, é o fato de a mesma ser conduzida por uma “mulher de mãos limpas”, “de mãos livres” e “mãos firmes”. 

Em outras palavras, está se falando de honestidade, liberdade e firmeza. Ou seja, mais sentimentos valorizados socialmente pelo brasileiro. E, por fim, tome mais sentimentos: afirma-se que o que não está bom irá ser melhorado. Em suma, reconhece-se que houve erros e que não foi bom, será melhorado. O nome desse sentimento é humildade. O nome de Dilma foi pronunciado em quatro oportunidades e a expressão “coração valente”, em cinco.

Portanto, se fizermos as contas, falou-se de: amor, coragem, honestidade, firmeza, liberdade, esperança, confiança, atenção e humildade. Ou seja, NOVE SENTIMENTOS em cento e trinta e nove palavras (contando-se as repetições), em dois minutos e dez segundos. Ou seja, mais contundente do ponto emocional, impossível. O nome da candidata foi repetido em quatro oportunidades. Sei que jingle não ganha eleição, mas, que ajuda, ajuda... Basta lembrarmos do famoso “Lula lá”... Fora isso, o ritmo, um xotezinho, remete ao nordeste brasileiro, onde a candidata é mais forte e, não é uma melodia desagradável ou agressiva aos ouvidos.

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O PSDB possui três jingles diferentes – encontrados no site do partido - , o que, na minha opinião, já enfraquece muito a fixação das músicas na mente do eleitor. Penso que fixar uma música apenas, ao invés de três, seja mais fácil para o cérebro. Foi escolhido um deles para análise, em virtude do seu tempo de duração, que é praticamente o mesmo do jingle de Dilma Rousseff. Dois minutos e três segundos contra dois minutos e dez segundos, da petista. No jingle de Aécio, a palavra bem-vindo foi repetida nada mais do que dezoito vezes em cento e cinquenta palavras (contando-se as repetições), que o jingle possui ao todo. Ou seja, mais de dez por cento da música são compostos pela expressão bem-vindo. Hora dando as boas vindas para Aécio, hora dando boas vindas a quem quiser se aproximar. 

A melodia fala de união - Um novo Brasil se unindo - , da esperança de um novo tempo chegar, de alegria com um brilho em cada olhar. Ressalta também o aspecto guerreiro do povo brasileiro, destacando que “a força de nossa gente, ninguém consegue parar”. O jingle, na minha opinião é, acima de tudo um CONVITE. Convida a todos “daqui, de lá, de onde for”, tanto os que sentiram firmeza, quanto os que não os que ainda não têm certeza. Ao falar de “nó no peito”, o sentimento que mais se aproxima da referida expressão é angústia. É como se o brasileiro vivesse angustiado e que, se quiser, pode chegar perto de Aécio, que será bem recebido. O nome do candidato é repetido em quatro oportunidades, sempre antecedido pela expressão “aé”. Apesar de toda a repetição da palavra “bem-vindo”, achei o jingle fraco. 

Creio que essa expressão não seja tão forte quanto a expressão “Coração Valente”, na melodia da Dilma Rousseff. Os sentimentos que consegui identificar na música foram CINCO: união, esperança, alegria, coragem e angústia. O apelo sentimental é muito menor do que o da candidata do PT. O jingle do Aécio, trata de um convite, como já foi mencionado, e, no da petista, o aspecto central é a descrição da personalidade da candidata. 

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Como o eleitor brasileiro é muito identificado com o candidato, penso que um jingle que fale mais da personalidade do candidato, tenha mais apelo popular. Aécio tem outros jingles que mencionam suas características e currículo político. No entanto, volto a dizer: ele utiliza três jingles diferentes, o que enfraquece a fixação de letras e refrões. Fora isso, a música analisada apresenta versões em ritmos diferentes como samba, forró etc. Ao analisarmos as propagandas do PT da televisão, principalmente com relação “aos invisíveis”, nota-se que, realmente, o jingle tem tudo a ver com essas inserções. O apelo sentimental é muito mais forte do que o do PSDB que foca mais nas questões voltadas para o racional – sobretudo no que diz respeito à eficiência de gestão – do que qualquer outro aspecto. Marina Silva vem aí, também embalada pelo componente emocional, principalmente após a morte de Eduardo Campos. 

Na minha opinião, desde a primeira eleição do ex-presidente Lula, o discurso emocional convence e atrai muito mais o eleitor brasileiro. E, creio que nessas eleições, não será diferente. Se o eleitor irá mudar esse perfil, somente o futuro irá nos dizer. Para essas eleições, sinceramente, não acredito. O jingle de Dilma marca mais presença, mesmo com a expressão “coração valente” sendo repetida apenas cinco vezes, contra dezoito da expressão bem-vindo do candidato tucano, considerando-se a emotividade do brasileiro.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim
 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Minha entrevista amanhã, no jornal O TEMPO

A quem interessar, amanhã (10/07/2014), no Caderno de Esportes do jornal O TEMPO, sairá uma entrevista minha sobre: aspectos motivacionais dos jogadores de futebol - Será que depois que eles atingem determinado patamar na carreira, ficam desmotivados? É amanhã, no O TEMPO.
 
 
 
 
 
Douglas Amorim


 
 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Copa que NÃO empolga

Bandeiras nas janelas, bandeirinhas nos carros, ruas pintadas com motivos patriotas, pessoas vestidas de verde amarelo, música-tema da copa na ponta da língua. Onde estão? Não estão. E, honestamente, acho que não estarão e nem deveriam estar. Podem me acusar de anti-nacionalista o seja lá o que bem entenderem. Mas, o fato é que essa copa no Brasil não pegou. Até desconfio que, em dias de jogos, muitos brasileiros ficarão entorpecidos com a mágica do futebol, esporte fortemente absorvido pela nossa cultura. Mas não serão todos. Nem sei se será a maioria. Fato é que sinto um ódio no ar. Um ódio que estava adormecido e que rompeu, inclusive violentamente, nas manifestações de rua de junho 2013. Há um sentimento muito ruim de indignação que eclodiu a partir da aproximação do mundial.

Há uma crise de representação. Os brasileiros não se identificam mais com políticos, tampouco com partidos. É algo como se ninguém prestasse no congresso, senado, câmaras municipais e estaduais e no poder executivo. Esse ódio está sendo convertido em greves a torto e a direito, de várias classes profissionais. Está convertido em protestos que fecham as ruas, avenidas e estradas. Está estampado do rosto das pessoas que se ressentem de tantas coisas básicas e que veem bilhões gastos em estádios, muitos deles que ficarão praticamente inutilizados. Está na garganta de quem fica aprisionado no trânsito caótico das grandes cidades todos os dias, sem um transporte público minimamente razoável.
A população não respira a copa, definitivamente. Respira indignação. E, por isso, o foco mudou: não se está preocupado com o torneio, mas, sim, com a mudança da qualidade de vida do brasileiro. Com a utilização verdadeira dos impostos excessivos recolhidos para o benefício da sociedade. Não. Este ano não teremos bandeiras, bandeirinhas e ruas pintadas aos montes.  Teremos algumas (e olha que já estamos a quinze dias do mundial). Mas, o que teremos mesmo, são as exigências de uma vida melhor aos que nos governam, independentemente de quem for. Tomara que estejamos amadurecendo.
 Um abraço fraterno,
Douglas Amorim

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O que a greve dos rodoviários de S.P. tem a ver com todos nós?

Pela imprensa, vi que o sindicato já havia entrado em negociação com as empresas e foi acordado um aumento de 10%. No entanto, a greve e as paralisações continuaram. Ou seja, quando o que é acordado pelo sindicato não é aceito pela categoria, surge algo perigoso: crise de representação.

Parece que os filiados não estão se sentindo bem representados pelo sindicato e se rebelaram contra ele. Não aceitaram o que foi acordado. Penso que vimos algo semelhante em junho do ano passado, no que diz respeito às manifestações. Na minha opinião, em última análise, o que houve naquela época foi uma CRISE DE REPRESENTAÇÃO.

Ou seja, a partir do momento em que os protestos não tinham nenhuma liderança política, o que estava estampado era a revolta com todos os políticos e partidos. Era como se as pessoas estivessem dizendo assim: "Ei, você político! Você não me representa! Nenhum de vocês me representa!". Aliás, vimos vários cartazes com esses dizeres.

Portanto, traçando um paralelo entre as manifestações de junho de 2013 e o que está acontecendo na questão dos rodoviários de São Paulo, tendo a acreditar que se trata da mesma coisa, porém, em menor escala. Assim como a grande massa não se sente representada pelos políticos e partidos atuais, uma categoria profissional (no caso, a dos rodoviários) não se sente representada pelo sindicato e se volta contra ele.

Pois bem. Se no sistema democrático, a representação é um dos seus pilares, penso estarmos diante de um nó difícil de ser desatado. Se ninguém se sentir mais representado seja lá por quem for e se virar definitivamente contra esses representantes (políticos, partidos, sindicatos etc.), onde iremos parar? Seria o fim da democracia no Brasil?

Qual caminho seguir se nossos modelos estiverem definitivamente esgotados? Sinceramente, não tenho respostas. A mudança mais do que nunca se faz necessária em nosso país. Mas qual o caminho? Abre-se espaço novamente para o discurso populista de um "salvador da pátria" ou pra algo mais crítico como uma ditadura? Se não for uma dessas vias, qual seria (ou seriam) outras possíveis? Volto a dizer: não tenho respostas. Mas tenho muitas, muitas preocupações sobre o que está por vir...
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

sábado, 29 de março de 2014

Brasileiros (as) justificando o estupro? - Que vergonha - Por Douglas Amorim

No último dia 27 de março, o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – divulgou uma pesquisa que me deixou envergonhado. Envergonhado de ser um homem brasileiro. A pesquisa foi sobre o estupro. Foram entrevistadas 3.810 pessoas em 212 cidades brasileiras, no ano de 2.013. Foi apresentada a seguinte frase: “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo, merecem ser atacadas”. Os dados são estarrecedores. 26% concordaram inteira ou parcialmente com a frase citada. Ou seja, quase 1.000 pessoas acharam que está tudo certo no fato do homem colocar seu pênis para fora e saciar seu desejo sexual só porque uma mulher vestiu uma roupa curta. Do total de entrevistados, 66,5% eram mulheres e 33,5%, homens.
 
Ainda de acordo com o IPEA, o que parece estar por trás dessa afirmação referente ao estupro, é a ideia de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais. A violência surgiria,  portanto, a partir desta concepção. Outro ponto que me deixa ainda mais espantado é o fato de que muitas mulheres também concordaram com isso. Tal fato me lembra um sem número de mulheres espancadas pelos seus companheiros/agressores que, muitas vezes, dizem ter apanhado por terem sido merecedoras daquilo. Ou seja, dando razão e legitimando da violência perpetrada contra elas.
Esse resultado demonstra uma sociedade profundamente conservadora ainda em muitos aspectos. Apenas pra se ter uma ideia, até bem recentemente, o crime de estupro figurava na categoria de “Crime contra os Costumes”, no Código Penal Brasileiro, editado em 1.940. Apenas em agosto de 2.009 (ou seja, muito recentemente), a Lei Ordinária Federal 12.015 alterou esse título que passou a ser denominado “Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual”. A partir de então, este delito passou a ter novo entendimento e tratamento. No que tange ao conservadorismo, neste artigo, entendo dois fatores determinantes. O primeiro deles é o fato de muitas mulheres ainda acharem que roupa curta faz com que elas se sintam responsabilizadas por serem atacadas – ou seja, uma visão ainda demonstradora da inferioridade feminina, pois se colocam no lugar de culpadas e, a revisão da lei que trata dos estupros ser feita apenas em 2009, o que sinaliza, no meu modo de entender, uma sociedade ainda muito machista, o que representa um dos traços do conservadorismo brasileiro.
Justificar um estupro pelo fato das mulheres usarem roupas curtas, além de mencionar que tal ato ocorre pelo fato do homem não conseguir controlar seus apetites sexuais é o fim da picada. Freud, uma hora dessas, deve estar se “revirando no caixão” dada tamanha imbecilidade em se justificar o estupro pelo fato de o homem não conseguir se controlar. Ora, falando assim, estamos colocando o homem praticamente na condição de animal. Ou seja, que age a partir de instintos sexuais.
Desde 1.905, Freud já dizia que os instintos são comportamentos animais, hereditários e que ocorrem sempre da mesma forma. Como exemplo, podemos citar rituais de acasalamento ou as migrações de determinadas espécies para a desova. Para nós, seres humanos, ele trabalha com o conceito de pulsão. Para ilustrar, pensemos nessa situação: o desejo de se ter um filho. Ele é um desejo complexo, que aparece em fases variadas da vida de todos nós, por motivos diversos, às vezes pode nem aparecer, podendo até ser redirecionado para outros objetos como se dedicar a uma profissão ou ter um cachorro.  Assim sendo, ter um filho para os seres humanos, é totalmente diferente da programação instintiva dos animais, que é fixa, genética, automática e pré-determinada. As pulsões são maleáveis, passam por escolhas e variam de pessoa para pessoa. Os instintos não.
A mulher brasileira não pode ser condenada a usar burca. Moramos em um país tropical que propicia sim, o uso de roupas curtas e confortáveis. Fora isso, a sensualidade e a feminilidade são ingredientes presentes nas mulheres e as deixam mais bonitas e com a auto-estima mais elevada. Colocar a mulher no lugar de ser culpada por ser estuprada é uma inversão absurda de valores. Ela é a vítima e não a autora, ora. O homem brasileiro, de acordo com esse resultado, está equiparado aos animais irracionais e isso não pode ser entendido como normal. Isso não pode ser legitimado em hipótese alguma. As mulheres já fizeram avanços em muitos campos como no profissional, acadêmico e político, entre outros. Agora é hora de parar de ter medo. Medo de denunciar a violência doméstica, medo de fazer um escândalo no vagão do metrô caso algum abusador encoste nela com intenções sexuais, medo de denunciar o estupro. O poder do “macho” só cairá por terra na hora em que a mulher fizer esse movimento de contra-poder, saindo portanto, da atmosfera do medo. 26% desta pesquisa conseguiram me envergonhar de ser um homem brasileiro.
Um abraço fraterno,
Douglas Amorim

sexta-feira, 21 de março de 2014

Sobre o "Politicamente Correto" - Por Douglas Amorim

Ando achando a sociedade brasileira muito melindrosa. Em parte, penso que isso seja influência direta dos meios de comunicação ao propalar, aos quatro ventos, o que vem sendo dito pelos mais variados tipos de pessoas, passando por políticos, defensores dos direitos humanos, ambientalistas e alguns pensadores. Tudo hoje tornou-se ofensa. Se uma pessoa te atende mal em um restaurante, por exemplo, e você achar ruim e protestar contra essa pessoa, isso é politicamente incorreto.

Se por acaso for negro, sua indignação com o atendimento ruim pode passar quase a ser interpretado como racismo. Se você diz que não gosta de flanelinhas que, na quase totalidade das vezes, cometem crime de extorsão, dirão que você é preconceituoso com o pobre que está ali, te cobrando pra que você possa utilizar o espaço público. E dirão ainda que você está equivocado porque o flanelinha é um produto da sociedade. Não. Não é simples assim. Muitas pessoas vieram de berços humildes e, por meio de estudo e trabalho honesto, venceram na vida. Exemplos assim, não faltam.
Se eventualmente você dá uma palmada no seu filho, é quase condenado à masmorra porque, afinal de contas, não se bate em criança. Se palmada não funcionasse em determinados momentos, nossas avós e bisavós estariam enganadas durante todos esses anos? Com algumas palmadas chegamos a aprender algum limite, sim. Logicamente, antes que me acusem de ser defensor da violência, digo que não se trata de espancamento, certo?

O ecologicamente correto então, este, tornou-se insuportável. É claro que devemos preservar o meio ambiente para nós e para as gerações futuras. Mas daí a te multar caso você bata o carro na árvore ou proibir supermercados de fornecerem sacolas plásticas, com a justificativa do político-ecologicamente correto é demais pra mim. É fazer dinheiro em cima de desculpas esfarrapadas. Bater o carro numa árvore pode ser um acidente, ora. O motorista não teve a intenção de destruir a natureza. Quanto à sacola plástica, basta termos educação na escola sobre como usá-las e não simplesmente proibi-las. Os empresários supermercadistas agradecem.
O tanto de radares instalados a cada dia que passa se torna uma fábrica de dinheiro para governos do país inteiro. A justificativa politicamente correta, é claro, radares em defesa da vida! É lógico que precisamos valorizar e defender a vida, mas, onde estão disciplinas como educação no trânsito nas escolas, sobretudo nas públicas? Essa não tem. Pela via da multa é mais cômodo e rende mais dinheiro, obviamente.

Desarmaram o cidadão de bem. Com o crescimento da violência, com casas arrombadas, assaltadas, filhas e esposas estupradas, ter um revólver em casa é praticamente um pecado. Precisamos é de esperar a polícia que, via de regra, demora horas para atender a um chamado. Não defendo cidadãos andarem armados nas ruas, mas, e dentro da própria casa? Melhor não. Não é politicamente correto. O correto é ser assaltado, agredido e estuprado.  
 Ir de carro para o trabalho não é politicamente correto. O correto é usar o transporte público. É irmos de metrô. Tá, tudo bem. O metrô em Belo Horizonte é uma piada de mau gosto, mas, o politicamente correto é deixarmos o carro em casa e irmos num ônibus lotado, desconfortável, que demora horas no trajeto. Ah, já ia me esquecendo! Podemos utilizar as ciclovias também. Como nossa cidade quase não tem aclives, não chegaremos exaustos e molhados de suor ao trabalho, certo? Errado. Basta me falar como ir de bicicleta da Pampulha até o centro da cidade todos os dias, por exemplo.
 Por fim, as novas terminologias. Favela agora se chama aglomerado. Velhice virou melhor idade. Empregado transformou-se em funcionário e, hoje em dia, é colaborador. Belas palavras para realidades que não mudaram muito no meu entender. Os moradores dos aglomerados continuam com seus sofrimentos, os idosos são abandonados pelo governo com aposentadorias miseráveis e o colaborador, continua sendo muitas vezes, explorado por empresas que não os valorizam com se deveria.
 É claro que nossa sociedade precisa amadurecer, sabendo conviver naturalmente com negros, homossexuais e seja lá quem for. É claro que precisamos defender direitos humanos para que não caiamos na barbárie. Mas, isso não pode servir como argumentação para que outros interesses, absolutamente escusos e injustos, fiquem encobertos pela máscara do “politicamente correto” e disseminados como obrigatórios e corretos para todos nós.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

sexta-feira, 14 de março de 2014

DESABAFO DE UM BELO HORIZONTINO INCONFORMADO - Por Douglas Amorim

A música diz que “não há lugar melhor que BH”. Infelizmente, discordo totalmente de tal pensamento. Pra falar a verdade, nos últimos dez/quinze anos, BH se tornou um lugar muito ruim de se viver, no meu modo de entender.

Ontem ouvi pelo rádio, mais uma vítima da VIOLÊNCIA em nossa cidade. Um estudante de Engenharia da Universidade Fumec, pai de família, quarenta e oito anos, foi baleado numa tentativa de assalto a poucos metros da universidade. Nem estudar mais em paz, podemos. Anteontem, pelo mesmo rádio, ouvi a notícia de mais de dez assassinatos em menos de sete horas, na região metropolitana. Dia desses, um homem de terno e gravata tentou assaltar uma paciente minha, por volta das quinze horas, numa avenida importante da zona leste. Saidinhas de banco, assaltos a pessoas em restaurantes, assassinatos por motivos imbecis, como o ocorrido recentemente com um casal na região da Serra do Cipó, tornaram-se banalizados e incorporados ao dia a dia do belo horizontino. Ah, só pra constar: no último fim de semana, assaltaram meu sítio, que fica na região metropolitana. Levaram tudo. Um detalhe: sítio em condomínio fechado.

O TRÂNSITO é outra vergonha. Não conseguimos chegar em casa num tempo minimamente razoável, após um dia exaustivo de trabalho ou, então, pra conseguirmos chegar a ele, temos de acordar cada vez mais cedo, a fim de evitarmos engarrafamentos intermináveis. Chegar a compromissos com horário marcado, nem se fala; tornou-se loteria. Obras que não se entende os motivos e que produzem mais engarrafamentos como a colocação de um canteiro central, na avenida Afonso Pena, próximo ao Palácio das Artes, produzem mais e mais caos no trânsito, tal qual se vê no estreitamento da avenida Pedro II, antes de se chegar ao viaduto ou, na sacrificada barragem da Pampulha. A impressão que se tem é que, quanto mais se mexe, mais piora. Isso sem falar nas obras que parecem não terminar nunca e que testam a paciência de todos nós, nos adoecendo dentro de carros e ônibus. Aliás, por falar em ônibus, todos sabemos que esse BRT não é solução pra nada, segundo muitos renomados especialistas. E se, nem a Copa do Mundo foi capaz de nos mover na direção de uma ampliação efetiva do metrô, minha descrença com esse modo de transporte só faz aumentar.

Os PREÇOS de tudo o quanto há estão simplesmente absurdos. O custo de vida aqui se tornou uma exploração. Tudo parece subir num ritmo alucinante e que, nossas rendas, não acompanham. Desde uma simples água de coco, que custa absurdos cinco reais, passando pelos preços dos aluguéis comerciais e residenciais até chegar aos preços dos imóveis. Recentemente estive em Natal/RN e, ao comentar com os potiguares os preços das coisas por aqui, houve choque. Apenas como ilustração: o valor de um apartamento razoável, em um bairro de classe média de BH, custa por volta de R$450.000,00 Reais. Esse mesmo valor compra um bom apartamento no bairro mais nobre da zona sul de lá, conhecido como Ponta Negra (o melhor bairro da cidade e onde fica a linda praia com o cartão postal Morro do Careca). Pra quem não conhece, é como se fosse Lourdes ou o Belvedere de lá. Ao frequentar restaurantes, outro descompasso. Numa cidade turística – vejam bem, eu disse turística – bons pratos custam metade ou menos do que aqui em BH. Táxi também é muito mais barato. De repente poderiam me interpelar com frases do tipo: “está ruim aqui, vá pra lá”! Mas, não se trata disso. Trata-se, apenas, de uma comparação com uma cidade turística. Não há razão para tanta elevação no preço de praticamente tudo em nossa capital. E, a sensação de sermos explorados diariamente é muito triste; por vezes, revoltante.

A FALTA DE EDUCAÇÃO E PACIÊNCIA do belo horizontino (não todos, mas, em boa parte) é outra coisa que tem me assustado. Começando pelos prestadores de serviços das mais variadas áreas. Desde serviços braçais/operacionais até mão de obra técnica/especializada/complexa. Além dos valores cobrados por esses profissionais ser um despautério na maioria das vezes, frequentemente, as pessoas prestam tais serviços com a cara fechada, com meias palavras, com condutas mal educadas e grosseiras, como se estivessem nos fazendo um favor. Sinto isso em garçons, pedreiros, bombeiros/eletricistas, taxistas (esses, nem se fala), secretárias de médicos, de dentistas, além de muitos dos próprios profissionais de saúde. Vocês não estão nos fazendo um favor! Estão sendo pagos e muito bem, por sinal, pra nos atender. E mesmo que fosse favor, não se faz um favor tratando mal as pessoas. No trânsito a falta de educação e paciência se revela também nítida, numa espécie de vale-tudo, no qual sobrevive o mais forte e agressivo. A sensação do cada um por si e o resto que se dane é cada vez mais dominante, aos meus olhos, em nossa BH.

UMA PREFEITURA INJUSTA e muito incompetente, que não sabe dialogar com a população de maneira sensata e que pratica atos muito abusivos como aumentar, aumentar e aumentar impostos. Recentemente o ITBI foi reajustado, e que já é imposto caro por natureza, isso, sem falar no aumento do ISSQN e, atualmente, mais um aumento injustificável: quarenta e cinco por cento na taxa de recolhimento de lixo. De onde vem esse número se a inflação oficial do governo se situa entre cinco e seis por cento? Agora, mais uma desse governo municipal desgovernado. Caso alguém sofra um acidente e bata o carro em uma árvore, irá ter de pagar a árvore sobre o pretexto de ter cometido um crime ambiental. Ora, mas um acidente pode ter sido tão somente um acidente, portanto, não intencional! A desculpa do “politicamente correto” – onde fica nítido, nesse caso, a desculpa da proteção ao meio ambiente – na verdade, simboliza mais uma forma grotesca de arrecadação desmedida dessa prefeitura desumana e com sede de dinheiro. Acabo de saber que o número de radares em BH passará de 119 para 343 até o final do ano. Mais uma fábrica de dinheiro sob a justificativa politicamente correta de se preservar a vida.


BH não é mais um bom lugar de se viver como outrora. Infelizmente, é essa a realidade. Todas as cidades têm seus problemas, é verdade. Mas, o que me espanta é que, a degradação das relações sociais, a violência endêmica, os problemas de trânsito, a falta de solidariedade das pessoas, a incompetência política e o encarecimento esquizofrênico do custo de vida ocorreram muito, mas muito rápido. Não data de mais de dez ou quinze anos pra cá. Não tenho a menor ideia de onde esse cenário irá parar. Só sei que nossa cidade fica a cada dia mais violenta, egoísta, triste, cara, adoecedora, imóvel e abandonada pela autoridades. Eu já tive muito orgulho e amor por essa terra. Hoje, não mais. Esse é o desabafo de um cidadão de Belo Horizonte, inconformado, que gostaria de ter escrito exatamente o contrário de tudo o que foi dito nessas breves linhas.

Um abraço fraterno,

Douglas Amorim

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

RACISMO E FUTEBOL - EPISÓDIO DO JOGO DE ONTEM

Carl Rogers foi o pai de uma linha de abordagem da Psicologia chamada Psicoterapia Centrada no Cliente. Um dos conceitos trabalhados por ele foi a “empatia”. Em termos muito sucintos, essa empatia significa tentar se colocar no lugar do outro, para entender como ele vê e sente o mundo. No entanto, por mais que eu me esforce, penso que existam situações que, por mais que me esforce, acredito que nunca conseguirei fazê-lo. Ontem, assistindo a um jogo do Cruzeiro (sou atleticano), na Copa Libertadores da América, assisti a uma cena que me deixou estarrecido. O jogador Tinga foi extremamente hostilizado pelos torcedores do time da casa – o jogo aconteceu no Peru – com ofensas racistas. A cada vez que ele pegava na bola, boa parte do estádio imitava sons de macaco. Eu não acreditava no que estava assistindo. Mas era isso mesmo. Milhares de torcedores fazendo esse som. E me perguntei: se o esporte serve justamente pra integrar os povos, o que esses torcedores estavam fazendo? Justamente o contrário. Muita coisa no mundo está de cabeça pra baixo e isso me preocupa. Felizmente, ao término do jogo, assisti a uma declaração do próprio Tinga, sobre o ocorrido. Essa declaração me emocionou e, confesso, foi uma das mais lúcidas que já vi num esportista: “eu trocaria todos os títulos da minha carreira (e olha que ele já ganhou muita coisa), pelo fim do preconceito, do racismo, da discriminação de classes”. Nessa hora, tentei me colocar no lugar dele. Tentei enxergar o mundo e sentir o que ele sentiu naquele momento. Carl Rogers que me desculpe. Não consegui. Somente uma pessoa de pele negra pode sentir o que ele sentiu naquela hora. Séculos de discriminação, de violência e que se mostra ainda presente em pleno século XXI. Esse sentimento, quem é branco, nunca irá entender. O máximo que conseguimos saber/sentir é que deve ser muito ruim. E deve doer muito. Principalmente na alma. Tinga, ontem você marcou um golaço. Parabéns pela declaração e desconsidere essa parte atrasada da humanidade.
 
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SEGURANÇA PÚBLICA - CHEGAMOS AO FUNDO DO POÇO

Em termos de segurança pública vejo que chegamos ao fundo do poço. Temos uma legislação altamente obsoleta, que mais parece uma peneira, devido a tantos furos que possibilitam infinitas manobras advocatícias. Desta maneira, bandidos que deveriam estar atrás das grades, continuam vivendo em liberdade. O efetivo policial é deficitário, assim como, os equipamentos utilizados por esses profissionais. A sociedade não suporta mais ser roubada, morta, estuprada, violentada e ultrajada no mais puro sentido da palavra. E, essa mesma sociedade, está começando a dar uma resposta que me preocupa; e muito. É o chamado "fazer justiça com as próprias mãos". Esse tipo de caso está aumentando - vide o caso do adolescente preso sem roupas a um poste no Rio de Janeiro e o dono de uma lotérica, no Piauí, que, após ser roubado, atropelou e matou um dos bandidos. Esse tipo de ação denuncia a falha gritante do Estado no que diz respeito à segurança pública. Se continuarmos assim, certamente estaremos caminhando na direção da barbárie, numa espécie de retrocesso à idade média. O ser humano tornou-se um ser político e, a prática da violência, é uma atitude considerada como pré-política, por muitos pensadores. Ao vermos a justiça feita pelas próprias mãos, somos tomados, frequentemente, por uma certa satisfação. Isso, por um motivo muito simples. Quando vemos o marginal sendo punido de alguma forma - como sendo morto ou preso pelo pescoço em um poste - temos a sensação de que ele está sendo punido. Ou seja, a falha grotesca na capacidade de punição, pelas lacunas intermináveis de uma lei fraca, está fazendo a sociedade civil se revoltar e tentar tomar as rédeas dessa punição, ela mesma. Não adianta mais a polícia prender e a justiça soltar, pela fraqueza da legislação, ou por não haver vagas em presídios. Ou o Estado acorda de uma vez por todas e protege os cidadãos, ou corremos um grande risco de fazermos um retrocesso bárbaro, por não suportarmos mais a violência e a impunidade. Penso que já passamos do limite da tolerância. E esse é o maior perigo.
 
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O PERIGO DE SE FAZER JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS


Recentemente, assistimos no Rio de Janeiro, uma cena que chamou a atenção de toda a sociedade. A imagem de um homem nu, ferido, amarrado a um poste por uma trava de bicicleta. Ele foi identificado como um bandido que praticava muitos delitos na região, que apavorava as pessoas, e que havia sido espancado por um grupo de pessoas que fez justiça com as próprias mãos. Todos nós estamos fartos de tanta violência que viemos sofrendo. Todos nós estamos enojados de bandidos espalhados por todos os lados e que não sofrem nenhum tipo de consequência por seus atos, seja por culpa de uma polícia falha ou de um código penal absurdamente obsoleto e tolerante. Isso nos gera revolta. Em mim também. No entanto, quando assistimos pessoas que estão na mídia, como a jornalista Rachel Sheherazade, do SBT, defendendo esse tipo de conduta, acabamos sendo tomados, com alguma frequência,  por sentimentos de satisfação. Isso se deve porque, vendo a imagem deste homem, nestas condições, tem-se a sensação de que ele, de fato, sofreu algum tipo de punição. E isso é o mínimo que esperamos que ocorra para os criminosos, ora. Entretanto, isso é muito preocupante. O fazer justiça com as próprias mãos pode abrir um precedente caótico que nos dirigiria para a barbárie, para a idade média. Algo que o filósofo Thomas Hobbes chamava de “Estado de Guerra de todos contra todos”. Não se trata de discutir aqui, a questão dos direitos humanos. Nem vou entrar nesse mérito. O fato é que penso que agir assim não resolve o problema da violência.  O ser humano se politizou e criou alternativas para que as coisas fossem resolvidas não mais através da força bruta ou da violência. Os instrumentos estão criados. De um lado, a educação, para evitar que o sujeito caia na marginalidade. De outro lado, as leis que, se bem criadas e executadas, fazem com que o bandido tenha a certeza da punição. Dessa forma, pensaria duas vezes antes de cometer o crime. Tivemos a capacidade de criar os instrumentos. Não estamos tendo a capacidade de utilizá-los para o bem da sociedade.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

SOBRE A ESPERTEZA E A EXPLORAÇÃO A QUE TODOS NÓS, SEM EXCEÇÃO, ESTAMOS SENDO SUBMETIDOS

Algo anda me irritando muito no brasileiro. É a chamada ESPERTEZA. Não de todos, é verdade. Mas, infelizmente, de grande parte do nosso povo. De acordo c...om o dicionário Houaiss, um dos significados de ESPERTEZA é: “ação desonesta para conseguir algo, tentando ludibriar alguém”. Tenho considerado muita coisa injusta por aí. É como se eu tivesse a sensação de, a todo instante, ser de certa forma, EXPLORADO por alguém. A coisa é mais menos assim. Em qualquer situação, que qualquer vendedor ou prestador de serviço tem de se aproveitar de seu cliente, ele faz. O que dizer de restaurantes self-service que cobram 10% na hora da conta? Mas se fui eu em quem serviu, por que esse tipo de cobrança? (por mais que seja opcional, nem deveria estar lá, ora). E quando se vai a um restaurante especializado em massas, comer um bom macarrão com queijo parmesão e, na hora da conta, ver que foram cobrados R$1,50 por uma pequena quantidade desse queijo ralado? Flanelinhas são outro problema. Não temos mais o direito de estacionar o carro em qualquer rua. Basta parar e eles já estão ali, querendo dinheiro. Me sinto extorquido nesse caso. É como se eu não tivesse chance. Pague ou tenha seu carro depredado. Cobrança de estacionamento em shopping; outro abuso. Você vai lá pra gastar com eles, proporcionar lucro e ainda assim, tem de pagar para estacionar. Mais uma forma de se obter ganhos e nos deixar na berlinda. Pague ou não tenha acesso ao shopping, de carro. É isso que estão nos dizendo. Muitos médicos (ou suas secretárias), sequer hesitam em dizer que uma consulta custa R$700,00 R$800,00 R$1.000,00 ou mais. Num país capitalista, entendo que, em época de temporada, as coisas ficam mais caras mesmo. Hospedagem, alimentação etc. É a lei de oferta e procura. Aumentou a procura, aumenta-se o preço. Até aí, tudo bem. Mas, porque extrapolar tanto as raias do razoável? O que dizer de um quarto simples em BH ou macacos (distrito aqui pertinho), custar aproximadamente R$250,00 uma diária , no final de semana? E quanto a uma omelete custar R$90,00 ou um suco de melancia a R$11,50 o copo? Já ouvi dizer que, aqui em BH, existem barzinhos cobrando a entrada. Isso Mesmo. Mas, é pra ver/ouvir alguém tocando? Não! É só pra entrar mesmo. Ou seja, estão cobrando entrada de boteco, agora. Volto a dizer: me sinto explorado, roubado e extorquido em vários momentos do dia a dia. Talvez, um traço cultural muito forte do “levar vantagem em tudo” ou do tal “jeitinho brasileiro”. Essas falas pra mim ilustram: Levar em consideração o meu benefício e danem-se os outros. Como a maior parte dos brasileiros, ganhar o pão de cada dia não é nada fácil. Exige trabalho e sacrifício. Chega a ser revoltante uma pessoa abrir a boca e cobrar R$100,00 por uma pizza grande, no Shopping Cidade, aqui em Belo Horizonte. Fiquei até pensando se eu ando ganhando pouco, se eu estou com chatice ou choramingando. Mas, descobri que não. Muita gente anda se sentindo EXPLORADA diariamente por comerciantes e prestadores de serviço em geral. Aonde isso vai parar eu não sei. Só sei que hoje, ando sentindo pouca alegria em ser brasileiro. A cada esquina, um roubo – em todos os sentidos.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Sobre o primeiro beijo gay (masculino) da TV brasileira

Aconteceu o primeiro beijo gay (masculino) na teledramaturgia brasileira em janeiro de 2014. Fiquei pensando e analisando muita coisa antes de escrever aqui. Observei, principalmente, o comportamento das pessoas nas redes sociais. Pelo menos, do que tive notícia, a quase totalidade das pessoas saudaram a atitude da emissora com brados de inclusão, de aceitação do diferente, do "abaixo o preconceito". No entanto, também percebo, enquanto psicólogo, uma dose de hipocrisia no ar. O mundo virtual nem sempre retrata a realidade, principalmente no facebook onde, por vezes, se propaga uma falsa felicidade. Seja por motivos conscientes ou não, muito do que se escreve na redes sociais não corresponde ao real. Penso que muitas pessoas que saúdam o beijo gay nas redes sociais, possivelmente ficariam escandalizadas (ou pelo menos incomodadas), se estivessem num restaurante, clube, praia, cinema, parque etc, com seus filhos e vissem dois homens se beijando a menos de três metros de distância. Penso que o Brasil, maior país católico do mundo e com a religião evangélica em franca expansão, ainda carrega muito conservadorismo e preconceito. O beijo da novela representa apenas mais um passo - importante, diga-se de passagem - na erradicação deste tipo de discriminação e nada mais do que isso. No entanto, penso que ainda estamos muito longe de resolver isso por completo. O fim dessa situação ocorrerá somente quando um beijo for uma coisa simples, que represente o amor e/ou o desejo, e não, o conteúdo de uma causa social. Pelo menos um grande passo foi dado. Que venham muitos outros pois, somente assim, o amor será entendido e aceito universalmente. Que a aceitação da homossexualidade seja verdadeira no nosso dia a dia e não, uma pseudoaceitação restrita às redes sociais.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"ROLEZINHOS" nos shoppings - Falta limite para esses adolescentes

Rolezinhos = Humor Negro. Reunir-se em qualquer lugar público é legítimo. Só que, insisto, todo lugar exige algum tipo de comportamento. Caso contrário, a convivência humana ficaria inviável. Frequentem qualquer shopping, mas, sem gritaria e sem corre-corre, pois, shopping não é lugar pra isso. Do mesmo jeito que vocês podem e devem frequentar, as outras pessoas, adultas, idosas, crianças, recém-nascidos, pessoas com necessidades especiais etc, também têm esse direito de fazê-lo, sem ter medo e nem correr o risco de serem atropelados por uma multidão de pessoas aos berros. É notório que toda multidão, dependendo de determinados estímulos externos ou até mesmo de comando, pode se transformar em uma massa sem controle e ferir ou machucar quem não faz parte do grupo. Até mesmo por medo! Que o comportamento desses jovens sejam pautados pelo LIMITE. Não digo limite militar, mas, sim, aquele proposto pela educação de dentro de casa. De pai e mãe. Sem regras mínimas de convivência, a humanidade ficaria condenada ao caos. Fora isso, qualquer argumento que apóie essa baderna do jeito que está é blá blá blá, é conversa fiada. Não espero comportamentos adultos de nenhum jovem. Espero educaçao, noção de limite, responsabilidade compatível com a idade e respeito para com o proximo. E isso, até mesmo uma criança pode aprender. Sinto muito, mas, é essa a realidade.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinhos nos shoppings = HUMOR NEGRO

Rolezinhos nos shoppings = Humor Negro. Que todos tenham o direito de frequentar o shopping, mas, não o de ficar correndo de um lado para outro aos berros, por vezes tentando, dezenas de pessoas, entrarem de uma vez só em uma loja. Nem tampouco, fazer os coitados dos vendedores de lojas de roupas, que já têm um trabalho estafante, ficarem perdendo seu tempo c...om clientes não irão comprar nada e que entram nos provadores para se fotografar e colocar nas redes sociais. Não compram nada e tomam o tempo destes profissionais. Os vendedores não são palhaços, ora. Os frequentadores de shoppings "da tal classe média" que muitos falam também não merecem ser assustados por esses jovens frequentadores. Se for assim, numa igreja, num aeroporto, numa rodoviária, no mercado central, num hospital, num supermercado etc, seria lícito um bando de jovens gritando e correndo, fazendo bagunça, sentindo prazer em ver as pessoas com medo. O nome disso é INTIMIDAÇÃO. O nome disso é VIOLÊNCIA. E BASTA de tanta violência que viemos sofrendo no nosso dia a dia. Se quiserem frequentar o shopping, penso que são bem-vindos. Para passear, comer, comprar, se divertir. Porém, de maneira minimamente educada, respeitando o espaço dos outros também. Cada local deve coincidir com determinados comportamentos. Caso contrário, a convivência humana ficaria inviável. Não há de se falar que, pelo fato de serem mais pobres e que antes não tinham acesso aos shoppings que, qualquer comportamento deles, deva ser tolerado. Manifestar é uma coisa. Ter atitudes de terror, vandalismo ou de incompatibilidade com o local (como roubo em alguns casos; não em todos), volto a repetir, é VIOLÊNCIA. E desta, já estamos fartos. Rolezinhos = Humor Negro = Violência. Chega dela.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim

Sobre o assassinato do casal na Serra do Cipó

Começo com trechos da música - O CALIBRE -  dos Paralamas do Sucesso que, ao meu ver, ilustra o momento de violência atual de nossa sociedade
 
"Eu vivo sem saber até quando estou vivo, sem saber
o calibre do perigo - Eu não sei de onde vem o tiro"...

"E a vida já não é mais vida, NO CAOS NINGUÉM É CIDADÃO,
as promessas foram esquecidas, não há Estado, não há mais nação"...

"Perdido em números de guerra, rezando por dias de paz, não vê
que a sua vida aqui se encerra, com uma nota curta nos jornais"

Meu comentário:

Estou atordoado com esse caso do casal assassinado na Serra do Cipó. Se ser cidadão é ter direitos e deveres, como cidadão, sinto que tenho direito à segurança e à uma legislação que funcione de fato. Cumpro com meus deveres. Quero meus direitos. Como diz a música, "no caos ninguém é cidadão". A violência já passou dos limites do caos. Não somos cidadãos. Somos vítimas. Não sabemos de onde virá a violência, já que ela nos cerca por todas as partes. Esses assassinos, ladrões, canalhas, psicopatas, cometem essas barbáries, porque nossa legislação falha em dois aspectos. Os criminosos, ao terem certeza de que não haverá pena ou que, se houver, será branda, sentem que o crime acaba compensando. E assim o fazem. Após alguns dias, essas notas sairão dos jornais e novas notas, de mesmo ou igual teor, surgirão. Hoje vou dormir sem me sentir cidadão. O Estado no quesito segurança pública/legislação penal falhou; faliu. E o pior de tudo é estar à beira de perder as esperanças nesse quesito. "Eu não sei de onde vem (ou virá) o tiro". Eu não; todos nós.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim