quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

SOBRE A ESPERTEZA E A EXPLORAÇÃO A QUE TODOS NÓS, SEM EXCEÇÃO, ESTAMOS SENDO SUBMETIDOS

Algo anda me irritando muito no brasileiro. É a chamada ESPERTEZA. Não de todos, é verdade. Mas, infelizmente, de grande parte do nosso povo. De acordo c...om o dicionário Houaiss, um dos significados de ESPERTEZA é: “ação desonesta para conseguir algo, tentando ludibriar alguém”. Tenho considerado muita coisa injusta por aí. É como se eu tivesse a sensação de, a todo instante, ser de certa forma, EXPLORADO por alguém. A coisa é mais menos assim. Em qualquer situação, que qualquer vendedor ou prestador de serviço tem de se aproveitar de seu cliente, ele faz. O que dizer de restaurantes self-service que cobram 10% na hora da conta? Mas se fui eu em quem serviu, por que esse tipo de cobrança? (por mais que seja opcional, nem deveria estar lá, ora). E quando se vai a um restaurante especializado em massas, comer um bom macarrão com queijo parmesão e, na hora da conta, ver que foram cobrados R$1,50 por uma pequena quantidade desse queijo ralado? Flanelinhas são outro problema. Não temos mais o direito de estacionar o carro em qualquer rua. Basta parar e eles já estão ali, querendo dinheiro. Me sinto extorquido nesse caso. É como se eu não tivesse chance. Pague ou tenha seu carro depredado. Cobrança de estacionamento em shopping; outro abuso. Você vai lá pra gastar com eles, proporcionar lucro e ainda assim, tem de pagar para estacionar. Mais uma forma de se obter ganhos e nos deixar na berlinda. Pague ou não tenha acesso ao shopping, de carro. É isso que estão nos dizendo. Muitos médicos (ou suas secretárias), sequer hesitam em dizer que uma consulta custa R$700,00 R$800,00 R$1.000,00 ou mais. Num país capitalista, entendo que, em época de temporada, as coisas ficam mais caras mesmo. Hospedagem, alimentação etc. É a lei de oferta e procura. Aumentou a procura, aumenta-se o preço. Até aí, tudo bem. Mas, porque extrapolar tanto as raias do razoável? O que dizer de um quarto simples em BH ou macacos (distrito aqui pertinho), custar aproximadamente R$250,00 uma diária , no final de semana? E quanto a uma omelete custar R$90,00 ou um suco de melancia a R$11,50 o copo? Já ouvi dizer que, aqui em BH, existem barzinhos cobrando a entrada. Isso Mesmo. Mas, é pra ver/ouvir alguém tocando? Não! É só pra entrar mesmo. Ou seja, estão cobrando entrada de boteco, agora. Volto a dizer: me sinto explorado, roubado e extorquido em vários momentos do dia a dia. Talvez, um traço cultural muito forte do “levar vantagem em tudo” ou do tal “jeitinho brasileiro”. Essas falas pra mim ilustram: Levar em consideração o meu benefício e danem-se os outros. Como a maior parte dos brasileiros, ganhar o pão de cada dia não é nada fácil. Exige trabalho e sacrifício. Chega a ser revoltante uma pessoa abrir a boca e cobrar R$100,00 por uma pizza grande, no Shopping Cidade, aqui em Belo Horizonte. Fiquei até pensando se eu ando ganhando pouco, se eu estou com chatice ou choramingando. Mas, descobri que não. Muita gente anda se sentindo EXPLORADA diariamente por comerciantes e prestadores de serviço em geral. Aonde isso vai parar eu não sei. Só sei que hoje, ando sentindo pouca alegria em ser brasileiro. A cada esquina, um roubo – em todos os sentidos.
 
Um abraço fraterno,
 
Douglas Amorim